segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A sabedoria dos Xamãs


Ingênua e Incoerente! Assim tem sido considerada a concepção da ciência materialista na apreciação da realidade. A ignorância de fatos de origens espirituais e suas explicações. Ah porque né? Isso cabe às religiões e pseudociências não é mesmo?!

Os estados alterados de consciência têm sido objeto de pesquisa científica e são usados com finalidades práticas, para terapias, por psiquiatras, xamãs, entidades espirituais etc. Os incrédulos as tomam por alucinações e fantasias.

O que é real? quantas realidades existem? De acordo com o filósofo Humberto Maturana (1928), em Cognição, Ciência e Vida Cotidiana, há muitas realidades, todas diferentes, mas igualmente legítimas. Uma realidade é uma perspectiva dentro da qual criamos uma compreensão de mundo e nela nos movemos eficientemente, seja uma realidade material, uma realidade social, espiritual etc. Igualmente legítimo pode ser o conhecimentos dessas múltiplas realidades.

O antropólogo Carlos Castaneda, escreveu um livro nos anos 60, chamado A Erva do Diabo, onde passa a conhecer com os índios mexicanos, alguns segredos de plantas alucinógenas e suas manifestações.

A cognição dos Xamãs do México, difere dos ocidentais e traz um pressuposto: "A internalização dos processos de um sistema cognitivo diferente sempre começava com o direcionamento total da atenção do Xamã iniciado para o fato de que somos seres a caminho da morte. Os índios acreditavam que a percepção plena desse fato energético, dessa verdade irredutível e indubitável, levaria à aceitação plena da nova cognição", diz o autor, e depois complementa: " Eles sustentam que a cognição humana pode ser temporariamente interrompida (...). Quando isso ocorre, os feiticeiros afirmam que a energia pode ser percebida diretamente enquanto flui no universo.

Uma noção de conhecimento baseada na percepção de "fatos energéticos" e que pressupõe a morte como destino inevitável de todos os seres humanos é a chave da compreensão desse domínio do conhecimento.

Ao cooperar e compartilhar esses conhecimentos, torna-se possível sair de um único ponto-de-vista para encontrar afirmações consensuais que constituirão nossas hipóteses, teorias e leis científicas. Poderemos falar então de uma ciência que enxerga além da matéria sem devanear, sem delirar, mas baseada em percepções além dos cinco sentidos físicos.

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